As conhecidas “correntes de
oração" – em que as pessoas pedem que se propague a devoção a um santo,
sob a pena de maldição e desgraças – saíram dos bancos das igrejas e estão nos
meios eletrônicos. Recebemos por e-mail, facebook, whatsApp, etc... Ainda que se admita, benevolamente, que essa iniciativa possa
ter nascido com boa intenção – a de fazer crescer o amor a determinado santo –,
o que se encontra em boa parte dessas correntes é uma realidade chamada
superstição.
Superstição vem do latim
superstitio, que quer dizer: remanescente, algo que sobrou. O mundo antigo foi
evangelizado pelo Cristianismo, mas, infelizmente, em muitos lugares, ficaram
resquícios da antiga religião, do paganismo. A superstição é isto: restos de
mentalidade pagã na vida de pessoas já convertidas.
O Catecismo da Igreja Católica
diz que esse pecado contra a virtude da religião acontece quando se atribui
“eficácia exclusivamente à materialidade das orações ou dos sinais
sacramentais, sem levar em conta as disposições interiores que elas
exigem". Quando, por exemplo, um fiel, ao invés de converter-se e
abandonar o pecado, acredita que vai se salvar porque usa o escapulário do
Carmo, está pondo sua esperança na “materialidade" desta devoção, ao invés
de assumir as “disposições interiores" que ela exige.
Do mesmo modo, quando se
encontra, no banco de uma igreja, papéis lançando maldições caso cópias daquela
oração não forem feitas e distribuídas em várias igrejas, não se deve temer.
Esses tipos de ameaça certamente não têm lugar na verdadeira religião cristã.
Os santos não precisam desse tipo de propaganda negativa para terem sua fama
espalhada entre as pessoas.
É claro que é importante propagar
a devoção e o amor aos santos: desse modo, eles podem ser conhecidos e
invocados pelas pessoas, além de atuar como suas benfeitoras, do Céu, onde se
encontram. Entretanto, essa propaganda não deve ser feita de modo
supersticioso. As orações que fazemos devem comportar uma disposição em fazer a
vontade de Deus. Quando Jesus nos ensinou a rezar, Ele disse: “seja feita a
Vossa vontade", isto é, a divina, não a nossa.
No frontispício de uma dessas
correntes de oração dedicadas a São Judas Tadeu, encontrava-se a seguinte
absurdidade: “Eu quero, eu posso, eu faço, eu consigo". O verdadeiro
Cristianismo não é assim: para que nossas orações sejam atendidas, é preciso
que as conformemos à vontade de Deus; que o nosso coração deseje tão somente
aquilo que Ele, desde toda a eternidade, quer nos conceder.
Bem, não podemos negociar com Deus graças ou pedidos; Ele
sabe o que é melhor para nós. A corrente é uma espécie de superstição pois
acreditam que se for quebrada Deus não atenderá nossas preces, ora isso é um
absurdo, pois Deus no seu plano de amor fará o que for melhor para nós. Se Ele
acha que merecemos ele nos dará, se não recebermos, é porque algo maior e
melhor Ele providenciará.
Segue vídeo que retrata o tema:
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