Movimento de Casais Jovens

Paróquia São Pedro Apóstolo - Ivoti

quinta-feira, 4 de julho de 2013

CRISTO REVELADO

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Em 2013, estamos vivendo o Ano da Fé, conclamado pelo então Papa Bento XVI. Nele, somos chamados a nos aprofundarmos no conhecimento dos postulados de nossa fé e da doutrina cristã católica. Um dos grandes recursos para se alcançar este objetivo é a leitura e estudo do Catecismo da Igreja Católica (CIC).

Todavia, antes que se possa proceder ao estudo da Doutrina e à leitura da Palavra, é preciso se ter claro um dos pressupostos mais básicos de nossa fé: "Acreditamos realmente que Jesus é o Cristo, filho de Deus vivo?"

Sobre esta questão se debruça o Pe. José Antônio de Laburu em seu livro "Jesus Cristo é Deus?". Tal livro, com apenas 101 páginas, representa leitura obrigatória e indispensável a qualquer cristão, e deve figurar na cabeceira do católico juntamente com o Catecismo e a Sagrada Escritura.



Um dos primeiros argumentos lançados pelo Pe. José Antônio de Laburu, e que aqui se pretende humildemente demonstrar, é a constatação de que Jesus perfez as profecias que haviam sido reveladas por Deus aos judeus, muitos séculos antes do nascimento de Jesus.

O argumento parte do princípio de que o Antigo Testamento traz todos os vaticínios relativos ao Cristo, ao Ungido, o Servo que viria para salvar e expiar os pecados de Israel, e que tais vaticínios já se encontravam registrados no Velho Testamento mais de cinco séculos antes de Jesus - conforme a própria ciência laica atesta. Senão, vejamos.

  • Em 722 a.C.: Antes mesmo que os judeus do norte (Israel) rompessem relações com o povo dos samaritanos, há provas de que já se seguiam os ditames da Lei de Deus contida no Pentateuco.
  • Em 598-597 a.C.: Nabucodonosor da Babilônia ataca Judá (reino judeu do sul), cerca Jerusalém e obriga a rendição do último rei judeu, Jeconias, filho de Jeremias. O rei e os principais funcionários da corte são deportados para a Babilônia, iniciando-se aí o chamado Exílio da Babilônia. Nabucodonosor torna Judá um Estado vassalo e coloca no poder um judeu simpatizante chamado Sedecias.
  • Em 586 a.C.: Sedecias vinha sendo assediado internamente para se rebelar contra Nabucodonosor. Com o advento do ataque egípcio à Babilônia, Sedecias rebela-se. Porém, Nabucodonosor expulsa o invasor egípcio e retoma o controle das possessões da Babilônia, marchando sobre Jerusalém e depondo Sedecias. A cidade é invadida, o Templo de Salomão é destruído e ocorre a segunda e última grande deportação.
  • Em 539 a.C.: Ciro, da Pérsia, ataca e derrota a Babilônia, libertando os judeus e dando fim ao Exílio.
  • É durante o curso da duração do Exílio da Babilônia que os judeus se preocupam em transcrever em livros as suas tradições orais, para que a Lei e os ritos hebraicos se mantenham puros mesmo com a queda de Jerusalém. É no Exílio da Babilônia que se começa a redigir a compilação do Antigo Testamento, no qual todo o Plano de Deus para a vinda do Cristo já se encontrava delineado e registrado.
  • Há achados que comprovam que a "Versão dos 70", idêntica ao Antigo Testamento que temos hoje, já era encontrada no Egito em 130 a.C..
  • Ou seja, a descrição do Messias já estava completa há mais de cinco séculos antes de sua vinda e se encontrava de posse dos judeus. Tal é atestado pelos achados arqueológicos e pelos registros históricos da ciência laica com precisão de datas, comprovando que as profecias do Velho Testamento não foram editadas para conformar a figura posterior de Jesus.
  • Tais profecias e revelações de Deus podem ser observadas em vários trechos do Antigo Testamento, em especial os seguintes:
    • Em várias partes do Gênesis, nas quais Deus promete que a salvação de todas as nações virá da descendência de Abraão, da de Isaías, da de Jacó: ou seja, que viria do povo judeu;
    • Gn 49,10: o poder espiritual de Judá não cessará até a vinda do Messias;
    • Daniel 9, 24-27: Daniel profetiza, com precisão no tempo, que o Messias virá após setenta semanas (de anos), e que será morto pela prevaricação do povo judeu;
    • Malaquias 3, 1-5: virá o mensageiro da Aliança e purificará os filhos de Levi;
    • Miqueias 5, 1-4: o Messias virá de Belém;
    • Isaías 42, 1-9 e 53, 2-10: O Servo/Messias virá e será humilhado e morto por nossos pecados, mas por Seu sacrifício, o Plano de Javé triunfará;
    • Zacarias 11, 11-14: a Aliança seria quebrada por 30 moedas de prata;
    • Salmo 22, 17 e 19: as vestes do Messias serão repartidas e Ele terá mãos e pés perfurados;
    • Salmo 69, 22: na minha sede me deram vinagre;
    • Salmo 22, 8-9: se és filho de Deus, Salva-te a ti mesmo;
    • Zacarias 12, 10-12 e 13,1: chorarão pelo Messias transpassado pela lança, mas, a partir daí, os judeus terão uma fonte para lavar o pecado e a impureza. 

Estes são alguns dos trechos nos quais encontramos a prova da divindade de Jesus, mas o Pe. José Antônio de Laburu vai mais longe em sua argumentação, provando que Jesus é mesmo o Cristo ante ao escrutínio da ciência e de argumentos racionais.

A nós, católicos, quando assaltados pela dúvida e pela insegurança na fé, cabe a leitura e a reflexão de tais trechos, de maneira a termos claro que Jesus é o Filho de Deus, Nosso Senhor. Assim, convictos da presença de Cristo em nossas vidas, poderemos estudar com verdadeiro proveito a Doutrina e a Palavra, como bem nos pediu Bento XVI.