Movimento de Casais Jovens

Paróquia São Pedro Apóstolo - Ivoti

terça-feira, 23 de abril de 2013

CONTAGEM REGRESSIVA PARA O IV ECJ/NH

Um comentário
Nesta terça não tem post de reflexão no blog.

Estamos todos rezando e nos preparando para o IV Encontro de Casais Jovens de Novo Hamburgo. Mas a Providência nos favorece e, neste dia em que estamos em contagem regressiva para nosso tão esperado Encontro, lembramos a memória de São Jorge, valoroso soldado romano e santo mártir cristão, cuja couraça, espada e escudo representam a fé, a esperança e a caridade.

Assim, em prol de toda a equipe de trabalho do IV ECJ/NH, ofertamos a oração a São Jorge, conforme nos apresenta J. Alves:

"Deus, nosso Pai, por intercessão de São Jorge, vosso glorioso mártir, reascendei em nós hoje mais intensamente a luz de nossa fé. Que possamos sentir a vossa presença misericordiosa que tudo dispõe para o nosso bem. Senhor, guardai nossa vida de todo o mal e aliviai nossas aflições no tempo oportuno. Dai-nos também, a exemplo de São Jorge, a fidelidade a Cristo e a caridade para com os irmãos, e que possamos ser revestidos do amor verdadeiro. Que a couraça, a espada e o escudo de São Jorge nos protejam de todos os perigos e nos levem até Vós, Senhor de nossa vida e inspirador de todo o bem. Amém."

Uma ótima espera e uma abençoada semana a toda a família MCJ! "Por causa da Tua palavra, lançarei as redes"! 

quarta-feira, 17 de abril de 2013

DROPS DE HISTÓRIA 2: SAINDO DAS CATACUMBAS COM SÃO TARCÍSIO

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Ao final da visita guiada ao complexo de catacumbas de São Callisto em Roma, ainda no subsolo, o Padre que nos guia mostra a escada que deveremos subir e que leva a uma das saídas do labirinto de cavernas. Porém, antes de se começar a subida, o guia afirma, com mansidão e um certo tom de ternura na voz, que aqueles são os mesmos degraus que o jovenzinho Tarcísio subiu para levar a hóstia consagrada a outros cristãos romanos que aguardavam secretamente, em suas casas, para poder comungar.

O menino Tarcísio está entre os primeiros santos mártires da Igreja Católica, e é um dos mais jovens. Ele é o padroeiro dos acólitos, também chamados de coroinhas, porque foi espancado e apedrejado até a morte enquanto auxiliava o Sacerdote em suas funções, para que revelasse o que carregava sob o manto. Todavia, quando seus agressores então revistaram seu corpo moribundo,a Eucaristia que Tarcísio portava havia desaparecido milagrosamente.



O Papa Emérito Bento XVI, numa de suas homilias proferida em 04/08/2010, ensina quem foi São Tarcísio:
  
Quem foi São Tarcisio? Não temos muitas informações. Estamos nos primeiros séculos da história da Igreja, mais precisamente no terceiro século; é dito que ele era um jovem que frequentava as Catacumbas de São Calisto, aqui em Roma, e era muito fiel aos seus compromissos cristãos. Amava muito a Eucaristia e, por vários fatores, concluímos que, provavelmente, fosse um acólito, isto é, um coroinha. Aqueles eram anos em que o Imperador Valeriano perseguia duramente os cristãos, que foram forçados a encontrar secretamente em casas particulares ou, por vezes, também nas catacumbas, para ouvir a Palavra de Deus, orar e celebrar a Santa Missa. Mesmo o costume de levar a Eucaristia aos prisioneiros e doentes tornava-se cada vez mais perigoso. Um dia, quando o sacerdote perguntou, como sempre fazia, quem estava disposto a levar a Eucaristia aos outros irmãos e irmãs que a estavam esperando, levantou-se o jovem Tarcísio e disse: "Envia-me". Aquele menino parecia demasiado jovem para um serviço assim tão exigente! "A minha juventude - disse Tarcísio - será o melhor refúgio para a Eucaristia". O sacerdote, convencido, lhe confiou aquele Pão precioso dizendo-lhe: "Tarcísio, lembra-te que um tesouro celeste é confiado aos teus débeis cuidados. Evite ruas movimentadas e não se esqueça de que as coisas santas não devem ser jogadas aos cães, nem as pérolas aos porcos. Protegerá com fidelidade e segurança os Sagrados Mistérios?". "Morrerei - disse Tarcisio decidido – antes de cedê-los". Ao longo do caminho, encontrou alguns amigos pela rua, que se aproximaram e pediram que se unisse a eles. À sua resposta negativa, esses – que eram pagãos – suspeitaram e se tornaram importunos, e perceberam que ele portava alguma coisa no peito e que parecia defender. Tentaram arrancá-la, mas foi em vão; a luta tornou-se mais e mais furiosa, especialmente quando souberam que Tarcísio era cristão; o chutaram, atiraram pedras, mas ele não cedeu. Moribundo, foi levado ao padre por um oficial pretoriano chamado Quadrato, que também havia se tornado, secretamente, cristão. Chegou sem vida, mas ainda segurava firme junto ao peito um pequeno linho com a Eucaristia. Foi imediatamente sepultado nas Catacumbas de São Calisto. O Papa Damaso fez uma inscrição para a tumba de São Tarcísio, segundo a qual o jovem morreu em 257. O Martirológio Romano fixa a data de 15 de agosto e, no próprio Martirológio, reporta-se também uma bela tradição oral, segundo a qual, sobre o corpo de São Tarcísio, não foi encontrado o Santíssimo Sacramento, nem nas mãos, nem entre as suas vestes. Ali é explicado que a partícula consagrada, defendida com a vida pelo pequeno mártir, havia se tornado carne de sua carne, formando assim, com o seu próprio corpo, uma única hóstia imaculada oferecida a Deus. (Fonte: noticias.cancaonova.com)

São Tarcísio e Santa Cecília (mencionada num post anterior) são apenas dois dentre muitos santos mártires e Papas cujas histórias nos inspiram, e que encontram registro nas Catacumbas de São Callisto. Tal local representa, de fato, um testemunho atual da imensa riqueza da história de nossa Igreja, e merece ser visitado por todo cristão que pretenda entender melhor os sacrfícios daqueles que lutaram para manter viva a Palavra de Cristo nos primeiros anos do cristianismo.

Redação e pesquisa
Departamento de Comunicação
MCJ Ivoti



quarta-feira, 10 de abril de 2013

DROPS DE HISTÓRIA: AS CATACUMBAS E SANTA CECÍLIA

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Era tradição que, nas cidades muradas da antiguidade, os mortos fossem enterrados fora do perímetro dos muros, normalmente ao longo das estradas que levavam à cidade. Alguns túmulos eram feitos no nível do solo, enquanto outros, onde o terreno permitia, eram alojados em complexos subterrâneos chamados de catacumbas.

Na Roma Antiga não era diferente. Com isso, foram construídos diversos túmulos e catacumbas ao longo da chamada Via Appia (atualmente Via Appia Antica), que ligava Roma a seu principal porto de embarque de tropas e mercadorias para o Oriente: Brindisi.

Hoje, ainda é possível caminhar sobre as mesmas pedras de calçamento pelas quais tropas romanas se deslocavam em suas sagas de conquista. A Via Appia Antica é também onde se localiza um dos mais famosos complexos de catacumbas: o de São Callisto.

Construídas num terreno favorável de rocha vulcânica de turfa (porosa e fácil de trabalhar enquanto úmida no subsolo, mas que se enrijesse à medida que entra em contato com o oxigênio), os mais de 15 hectares do complexo de túneis de São Callisto compõe aquilo que os romanos antigos chamavam de necrópole, ou cidade dos mortos. O termo cemitério não era usado na época, pois tem origem na concepção cristã da vida eterna junto ao Pai após a morte, e decorre do termo grego koimeteron, "local de repouso, dormitório". Para os cristãos, os corpos eram postos ali para dormir, o que não implicava no fim da vida do indivíduo.
Era ali, naqueles corredores estreitos, mal iluminados, repletos de corpos em decomposição e do mau cheiro da putrefação, que os primeiros cristãos se escondiam para celebrar suas missas, pois nenhum romano que se prezasse ousava descer naquele local tido como imundo e perigoso. Diante disso, é possível constatar quão árdua era a vida dos cristãos naquela época, precisando esconder-se em tal lugar para professar sua fé, e quão firmes eles eram em caráter e convicção.

As catacumbas de São Callisto chegaram a abrigar os corps de 16 dos Papas primitivos e de mais de 60 santos mártires do início da cristandade. Logo nos primeiros trechos da visita guiada ao complexo, é apresentada a concavidade onde fora sepultada originalmente Santa Cecília, cujo corpo foi posteriormente transportado para uma cripta sob a Basílica de Santa Cecília in Trastevere, construída sobre a antiga residência de Cecília.

No local do sepultamento original encontra-se uma réplica idêntica da estátua que existe no altar da Basílica de Santa Cecília, e que mostra o corpo da santa jogado ao chão, com o rosto para o solo e com um corte na nuca.

Estátua de Santa Cecília colocada no altar da Basílica
 
Cecília teve sua decapitação ordenada após sobreviver a uma pena de sufocamento e, ainda assim, não se foi possível executar a decapitação com êxito, tendo os golpes "apenas" abrido-lhe um talho no pescoço. Foi deixada então para morrer de forma agonizante, enquanto sangrava.

Detalhe do corte no pescoço de Cecília
 
Muitas são as fontes encontradas na internet e em livros, que contam sua história e a de sua "Paixão" (descrição de seu martírio), informando que ela era uma bela jovem de uma rica e antiga família da nobreza romana, que havia consagrado sua virgindade à Cristo; de como, com a ajuda do Papa Urbano, converteu também seu marido Valeriano (que respeitou até o fim o voto de castidade da esposa) e seu cunhado Tibúrcio (ambos descobertos e martirizados antes de Cecília); que ela é tida como a padroeira dos músicos, por ter patrocinado as artes musicais ainda em vida, etc.

Porém, um fato que até então não se havia visto relatado em tais fontes, e que nos foi revelado pelo Padre que guiava o grupo durante a visita às catacumbas, é que Cecília, pouco antes de expirar, já não podendo mais falar, colocou as mãos lado-a-lado contraíndo alguns dedos e deixando somente dois esticados numa mão e um na outra: três! 

O singelo gesto era claro e elouquente: podem matar meu corpo, destruir minha matéria, mas eu viverei eternamente, pois creio no Pai, no Filho e no Espírito Santo. A Santíssima Trindade.

 

Pelo exemplo dado em seu martírio, Cecília tornou-se uma das santas mais veneradas na Idade Média, fazendo-a constar, inclusive, na Liturgia das Horas e, ainda hoje, a data de sua memória (22 de novembro) é celebrada com festa em muitos locais do mundo.

Que mensagem nos passa a história de incrível coragem de Cecília e a determinação dos primeiros cristãos que eram obrigados a se reunir nas catacumbas para celebrar a Santa Missa? Como nós, cristãos brasileiros, que vivemos numa época em que podemos professar livremente nossa fé, nos posicionamos ante ao olhar público?  

Cecília tinha a lâmina levantada contra si e, ainda assim, não recuou, se envergonhou ou desdizeu, e se tornou mais um dos inúmeros e ricos exemplos de fé que construíram a história da nossa Igreja.

Ao final da visita às Catacumbas de São Callisto, pode-se caminhar sobre os mesmos degraus que o jovenzinho São Tarcísio subia para levar a hóstia a outros cristãos escondidos em Roma, mas isso é assunto para a próxima semana.


Pesquisa e Redação:
Departamento de Comunicação – MCJ Ivoti