Movimento de Casais Jovens

Paróquia São Pedro Apóstolo - Ivoti

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2016

Quarta feira de Cinzas – Lançamento da Campanha da Fraternidade – Tempo da Quaresma

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Quarenta dias antes da Páscoa, a Igreja abre solenemente o tempo de penitência, chamado Quaresma, em preparação para a celebração da Páscoa. É a Quarta-feira de Cinzas, entre nós, bastante prejudicada pelo carnaval. Neste dia, após a Liturgia da Palavra, em que se proclama o trecho do Evangelho em que Cristo recomenda a oração, o jejum e a esmola como exercícios de conversão (cf. Mt 6,1-18), realiza-se o rito da imposição das cinzas. Elas são sinal de penitência, no sentido de conversão. A conversão consiste, sobretudo, no reconhecimento de nossa condição de criaturas limitadas, mortais e pecadoras. No gesto de imposição das cinzas sobre a cabeça das pessoas, o sacerdote ou o ministro diz: “Convertei-vos e crede no Evangelho”. A conversão consiste em crer no Evangelho. Crer é aderir a ele, viver segundo os ensinamentos do Senhor Jesus. Pode-se usar também a fórmula tradicional: “Lembra-te que és pó e ao pó hás de voltar”. Numa das orações de bênção das cinzas se diz: “Reconhecendo que somos pó e que ao pó voltaremos, consigamos, pela observância da Quaresma, obter o perdão dos pecados e viver uma vida nova, à semelhança do Cristo ressuscitado”.
A origem das cinzas usadas tem seu significado. Elas são preparadas pela queima de palmas usadas na procissão de Ramos do ano anterior. Lembram, portanto, o Cristo vitorioso sobre a morte. A palma é símbolo de vitória e de triunfo. Assim, se os cristãos aceitam reconhecer sua condição de criaturas mortais, e transformar-se em pó, ou seja, passar pela experiência da morte, a exemplo de Cristo, pela renúncia de si mesmos, participarão também da vida que ressurge das cinzas.
Aqui vale a pena lembrar uma lenda egípcia. Fênix era uma ave fabulosa que durava muitos séculos e, queimada, renascia das próprias cinzas. Foi fácil perceber que ela é símbolo da ressurreição de Cristo e dos que aceitam viver na atitude de Cristo. Certamente não é fácil aceitar ser cinza. Contudo, a fé em Jesus Cristo ressuscitado faz com que a vida renasça das cinzas. Jesus Cristo faz brotar a vida, onde o ser humano reconhece sua condição de criatura necessitada da ação de Deus. É entrar na atitude pascal.
Esta páscoa se vive na conversão, através dos exercícios da oração, do jejum e da esmola.  A imposição das cinzas não constitui um mero rito a ser repetido a cada ano. É celebração da vocação do ser humano, chamado à imortalidade feliz, contanto que realize o mistério pascal de morte e vida em sua vida fraterna. No mesmo dia, da Quarta de Cinzas, a Campanha da Fraternidade é oficialmente lançada. Este ano o tema da Campanha é “Casa Comum, nossa responsabilidade”. O lema bíblico é “Quero ver o direito brotar como fonte e correr a justiça qual riacho que não seca”. (Am 5.24)
O objetivo é chamar atenção para a questão do direito ao saneamento básico para todas as pessoas, buscando fortalecer o empenho, à luz da fé, por políticas públicas e atitudes responsáveis que garantam a integridade e o futuro da Casa Comum, ou seja, do planeta Terra. A Campanha da Fraternidade Ecumênica é realizada pelo Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil (CONIC) e assumida pelas igrejas-membro: Católica Apostólica Romana, Evangélica de Confissão Luterana no Brasil, Episcopal Anglicana do Brasil, Presbiteriana Unida do Brasil e Sírian Ortodoxa de Antioquia. Além dessas igrejas, estão integradas à Campanha a Aliança de Batistas do Brasil, Visão Mundial e Centro Ecumênico de Serviços à Evangelização e Educação Popular (CESEEP).  Este ano, a CFE terá dimensão internacional, pois será realizada em parceria com a Misereor – entidade da Igreja Católica na Alemanha que trabalha na cooperação para o desenvolvimento na Ásia, África e América Latina.

CONTEXTUALIZAÇÃO
O Brasil é um dos países com o índice mais alto de pessoas que não possuem banheiro com quase 7,2 milhões de habitantes, de acordo com o Progress on Sanitation and Drinking-Water, 2014 (numa tradução livre significa “progresso do saneamento de água potável” ). Cerca de 35 milhões de pessoas não contam com água tratada em casa e quase 100 milhões estão excluídas do serviço de coleta de esgotos, como aponta publicação, de 2015, do Instituto Trata Brasil. Ainda de acordo com o Trata Brasil, a cada 100 litros de água coletados e tratados, em média, apenas 67 litros são consumidos. Contudo, 37% da água no Brasil é perdida, seja com vazamentos, roubos e ligações clandestinas, falta de medição ou medições incorretas no consumo de água, resultando no prejuízo de R$ 8 bilhões. A soma do volume de água perdida por ano nos sistemas de distribuição das cidades daria para encher seis sistemas Cantareira. Eis o porquê de se falar desse assunto, uma vez que afeta a saúde pública, a dignidade humana, a sustentabilidade do planeta e, também, a economia.
Neste tempo de reflexão, somos convidados à oração e ao jejum. O Papa Francisco também nos chama a fazermos alguma ação em favor dos mais necessitados, às vezes, se olharmos em volta veremos que há muitas pessoas perto que precisam de um gesto fraterno. Preparemo-nos, pois, neste período de purificação e penitência a fim se sermos dignos de receber Cristo.

Conteúdo extraído de: www.franciscanos.org.br e de: www.portalkairos.org/campanha-da-fraternidade-2016  

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