As festas
juninas homenageiam os santos populares católicos: São João (24 junho), são
Pedro e são Paulo (29 junho). No entanto, a origem das comemorações nessa época
do ano é anterior à era cristã. No hemisfério norte, várias celebrações pagãs
aconteciam durante o solstício de verão. Essa importante data astronômica marca
o dia mais longo e a noite mais curta do ano, o que ocorre nos dias 21 ou 22 de
junho no hemisfério norte. Diversos povos da Antiguidade, como os celtas e os
egípcios, aproveitavam a ocasião para organizar rituais em que pediam fartura
nas colheitas. "Na Europa, os cultos à fertilidade em junho foram
reproduzidos até por volta do século 10. Os índios que habitavam o Brasil antes
da chegada dos portugueses também faziam importantes rituais durante o mês de
junho.
Apesar de essa
época marcar o início do inverno por aqui, eles tinham várias celebrações
ligadas à agricultura, com cantos, danças e muita comida. Com a chegada dos
jesuítas portugueses, os costumes indígenas e o caráter religioso dos festejos
juninos se fundiram. É por isso que as festas tanto celebram santos católicos
como oferecem uma variedade de pratos feitos com alimentos típicos dos nativos.
Já a valorização da vida caipira nessas comemorações reflete a organização da
sociedade brasileira até meados do século 20, quando 70% da população vivia no
campo.
Vamos ver um
pouco sobre o santo do dia, são João! Com muita alegria, a Igreja, solenemente,
celebra o nascimento de São João Batista. Santo que, juntamente com a
Santíssima Virgem Maria, é o único a ter o aniversário natalício recordado pela
liturgia. São João Batista nasceu seis meses antes de Jesus Cristo, seu primo,
e foi um anjo quem revelou o seu nome ao seu pai, Zacarias, que há muitos anos
rezava com sua esposa para terem um filho. Estudiosos mostram que possivelmente
depois de idade adequada, João teria participado da vida monástica de uma
comunidade rigorista, na qual, à beira do Rio Jordão ou Mar Morto, vivia em
profunda penitência e oração. Pode-se chegar a essa conclusão a partir do texto
de Mateus: “João usava um traje de pêlo de camelo, com um cinto de couro à
volta dos rins; alimentava-se de gafanhotos e mel silvestre”. O que o tornou
tão importante para a história do Cristianismo é que, além de ser o último
profeta a anunciar o Messias, foi ele quem preparou o caminho do Senhor com
pregações conclamando os fiéis à mudança de vida e ao batismo de penitência
(por isso “Batista”).
Grande
anunciador do Reino e denunciador dos pecados, ele foi preso por não concordar
com as atitudes pecaminosas de Herodes, acabando decapitado devido ao ódio de
Herodíades, que fora esposa do irmão deste [Herodes], com a qual este vivia
pecaminosamente. O grande santo morreu na santidade e reconhecido pelo próprio
Cristo: “Em verdade eu vos digo, dentre os que nasceram de mulher, não surgiu
ninguém maior que João , o Batista” (Mateus 11,11).
São João Batista, rogai por nós!